Patos - PB 1 de junho de 2025

Publicidade

48% dos Municípios da Paraíba fecham o primeiro semestre com contas no vermelho

 

O cenário fiscal em todo o país é de alerta para a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Com aumento de despesas e diminuição de receitas, gestores locais, das cinco Regiões do Brasil, relatam dificuldades para fechar as contas. A nível nacional, 51% das prefeituras brasileiras estão no vermelho. Na Paraíba, 107 Municípios de 223 encerraram o primeiro semestre de 2023 com déficit, o que representa 48%. Em 2022, no mesmo período, eram 13 (6%). Confira aqui o estudo completo.
Isso significa que o percentual de comprometimento da receita está alto. Na Paraíba, a cada R$ 100 arrecadados nos pequenos Municípios, R$ 91 foram destinados a pagamento de pessoal e custeio da máquina pública. “Estamos em diálogo com as autoridades em Brasília e já alertamos. Muitos não veem o que está acontecendo na ponta, mas o problema é grave. Isso é também resultado de despesas criadas no Congresso e pelo governo federal sem previsão de receitas, como os pisos nacionais, caindo toda a demanda no colo dos Municípios”, avalia o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Entre as despesas que oneram os cofres das prefeituras paraibanas estão, por exemplo, recomposições salariais de servidores municipais, o impacto de reajuste do piso do magistério, que, se concedido como foi imposto pela União, soma R$ 436,9 milhões e o atraso no pagamento de emendas parlamentares. A redução em emendas de custeio – do primeiro semestre de 2022 para o mesmo período de 2023 – é de quase 69%, passando de R$ 423,1 milhões para R$ 130,8 milhões. No total de emendas, a queda foi de R$ 555,1 milhões para R$ 259,5 milhões para o Estado. A cota-parte do ICMS, afetada pela LC 194/2022, recuou 1,1%.

Enquanto as despesas de custeio tiveram aumento de 19,1%, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) apresenta mais decêndios menores do que o mesmo período de 2022. No primeiro decêndio de julho, por exemplo, houve uma queda brusca de 34,49% no repasse. Em agosto, a queda foi de 23,56%, explicada por uma redução na arrecadação de Imposto de Renda e um lote maior de restituição por parte da Receita Federal.

 

Além disso, os gestores da Paraíba enfrentam o represamento de 5,6 milhões de procedimentos ambulatoriais e 37,4 mil procedimentos hospitalares durante a pandemia, sendo necessários R$ 130,9 milhões para equacionar a demanda; 200 programas federais com defasagens que chegam a 100%; 195 obras paradas e abandonadas por falta de recursos da União; e obras concluídas com mais de R$ 125,3 milhões em recursos próprios sem repasse do governo federal.

 

Confira aqui o manifesto assinado pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Propostas

Para reverter a sobrecarga de serviços que recai sobre os Entes locais sem a correta alocação de recursos, a CNM atua por medidas que possam distribuir de forma mais efetiva as receitas do país. Uma delas é o aumento de 1,5% no FPM de março, que tramita na PEC 25/2022, e, se aprovada, representará R$ 369 milhões. Há ainda a redução da alíquota patronal do INSS para 8% em Municípios de até 156 mil habitantes (PL 334/2023), a recomposição do ICMS (PLP 94/2023), com R$ 100,8 milhões aos cofres municipais, e o fim do voto de qualidade do Carf (PL 2384/2023), com potencial de injetar R$ 1 bilhão no FPM, entre outros.

 

Ascom

Compartile:

Tags:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

[the_ad_group id="46"]
Patos Metropole
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.