Os empreendedores da economia criativa mais uma vez mostram sua força e participação para o desenvolvimento das suas cidades no Salão do Artesanato Paraibano. Em sua 37a edição, o evento foi aberto nesta sexta-feira (12), no estacionamento do Hotel Tambaú, em João Pessoa. Ao todo são 500 expositores participantes.

O tema deste ano é a arte produzida nas comunidades quilombolas da Paraíba, onde se destacam as peças cerâmicas. Em sua abertura oficial, o Salão do Artesanato contou com a presença do ministro do Empreendedorismo, Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte, Márcio França. Ele destacou a importância dos pequenos negócios para o crescimento da economia dos estados e do país e reforçou o compromisso do governo federal nessa área. “Nós queremos criar benefícios, financiamento para quem empreende, para quem gera emprego. E quem mais gera emprego no Brasil são os pequenos empreendedores, os pequenos industriais, os pequenos agricultores, os pequenos comerciantes”, completou. O ministro ainda elogiou a dimensão do salão do artesanato e a diversidade de produtos em exposição.

O superintendente do Sebrae-PB Luiz Alberto Amorim ressaltou que a cada edição o Salão do Artesanato tem mostrado a riqueza da cultura paraibana e os artesãos sempre inovam seus produtos, conservando a identidade de suas comunidades e locais de origem. “O Salão esse ano traz essa temática que é mais do que homenagear, é dar visibilidade aos quilombolas. Esse é o salão que traz as pessoas, a identidade daquilo que tem no local, a identidade que tem o artesanato paraibano, a identidade que tem a cultura paraibana. É uma vitrine de exposição para que as pessoas possam ver, gostar, experimentar e comprar”, disse. A abertura do evento ainda contou com as presenças dos diretores do Sebrae-PB, Neto Franca e Lucélio Cartaxo.

Para representar os artesãos participantes do Salão e as comunidades quilombolas, a artesã Maria José Rodrigues, do quilombo Ligeiro de Baixo, localizado no município de Serra Branca, região da Borborema, agradeceu a homenagem ao seu povo e lembrou da cultura ancestral que continua nos quilombos, com várias atividades, como a produção das panelas de barro. “Eu aprendi fazer panela com minha mãe que aprendeu com a mãe dela e isso foi passando na comunidade. A gente só tem gratidão por tudo que recebemos. Para mim, esse Salão é uma coisa importante, porque a gente nunca viu essas coisas no Cariri. A gente é só gratidão em mostrar nosso trabalho”, falou a artesã.

Parceria – Ainda durante o Salão do Artesanato, o governador da Paraíba, João Azevedo, e o ministro Márcio França assinaram  um convênio para a construção do Laboratório Técnico de Artesanato Competitivo. O objetivo é fortalecer ainda mais o segmento no estado, buscando qualificar os artesãos para a produção, comercialização e gestão da produção artesanal. Serão investidos mais de R$ 1 milhão no projeto. Foi assinada ainda uma linha de crédito especial do programa Empreender PB que será voltada aos artesãos participantes do Salão deste ano. “Em cada salão buscamos diferenciais e cada Salão se torna maior. Para nós, que somos um governo de inclusão, todos os segmentos são importantes e nós estamos buscando a hora certa de fazer uma grande homenagem a todo o povo dos Quilombos da Paraíba. Temos hoje o exemplo claro da demonstração dessa grandeza do artesanato quilombola”, acrescentou o governador.

A secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde) e também membro do Conselho Deliberativo Estadual (CDE), Rosália Lucas, destacou o empreendedorismo, em especial, os pequenos negócios do artesanato, como importantes para o fomento ao turismo. “É o micro empreendedor que gera a empregabilidade do Brasil. O turismo funciona com esse apoio, e toda a produção social do turismo, que é o artesanado, e João Pessoa que é Cidade Criativa da Unesco, no artesanato, em particular, só reforça essa importância da cadeia produtiva”, acrescentou a secretária.

Por sua vez, a gestora do Programa do Artesanato da Paraíba (PAP), Marielza Rodrigues, frisou a oportunidade que o Salão do Artesanato representa para os empreendedores em alcançar novos clientes e ganhar visibilidade, sobretudo porque o evento é realizado estrategicamente no período de alta temporada de turistas na Paraíba. “Para a gente, é uma grata satisfação e a gente espera que eles batam os recordes de venda dos salões anteriores. Não só porque eles estão na vitrine, homenageados, mas pelo fluxo de turistas que a gente está estimando passar por aqui. Esperamos mais de 150 mil pessoas “, disse.