Patos - PB 7 de outubro de 2024

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Imprensa nacional já aponta Hugo Motta como “favorito” para ocupar a presidência da Câmara

Uma reportagem publicada pelo Estadão já aponta o deputado federal paraibano Hugo Motta, líder do Republicanos na Câmara, como “favorito para ocupar a presidência da Câmara”.

Clique aqui e confira a íntegra da matéria no link original ou leia o texto abaixo:

Hugo Motta foi pupilo de Eduardo Cunha e ‘subiu degraus da Câmara’ de forma silenciosa

Conheça o favorito para ocupar a presidência da Câmara, cargo ocupado hoje por Arthur Lira; Motta é próximo ao governo Lula e um dos principais interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Legislativo

O deputado Hugo Motta (PB), líder do Republicanos, conseguiu “subir os degraus” da Câmara e ganhar influência aos poucos, na avaliação de lideranças do Congresso. Aliados dizem que ele sempre procurou aprender com os políticos mais experientes. Foi “pupilo” do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e soube atuar nos bastidores, até se tornar o favorito do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para a sucessão.

Depois de ter integrado a base dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, Motta hoje é próximo ao governo Lula e um dos principais interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Legislativo.

De atuação discreta, longe dos holofotes, Motta é considerado o “braço direito” de Lira. Os dois costumam fazer caminhadas juntos, na Península dos Ministros, em Brasília, área verde próxima à Residência Oficial da Presidência da Câmara.

O líder do Republicanos é mais próximo de Lira e do presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), do que do dirigente de seu próprio partido, o deputado Marcos Pereira (SP). Segundo aliados, ele é firme quando se posiciona, não abaixa a cabeça, mas acaba fazendo o que Lira quer.

Na primeira eleição de Lira para a presidência da Câmara, em 2021, Motta foi o “anfitrião” na Paraíba. O deputado alagoano contava com um “chefe de campanha” em cada Estado. A relação entre os dois, segundo interlocutores, é de “respeito” e “amizade”.

O nome de Motta aparecia desde o ano passado, nos bastidores, como uma opção para a presidência da Câmara. No entanto, ele não estava entre os principais cotados para a sucessão porque o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, tinha a preferência no partido.

A eleição ocorrerá em fevereiro de 2025, mas as negociações têm sido feitas há meses. Após Pereira desistir de concorrer para apoiar Motta no último dia 4, os outros dois principais nomes na disputa, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o líder do PSD, Antonio Brito (BA), decidiram manter as candidaturas, o que dificulta a busca de Lira por um consenso na disputa.

Nas últimas semanas, líderes da Câmara haviam aumentado a articulação para que Motta fosse o escolhido de Lira. O desafio foi convencer Marcos Pereira a desistir da disputa e abrir caminho para o correligionário. O presidente do partido resistiu até o último minuto a deixar a competição e só tomou a decisão após avaliar que sem o apoio do PSD, presidido por Gilberto Kassab, não teria chances de vencer.

Como mostrou o Estadão/Broadcast Político em julho, apesar de Elmar ter sido apresentado desde o começo das discussões como o favorito de Lira, havia crescido nos últimos meses a percepção entre deputados de que o presidente da Câmara, na verdade, estudava uma forma de viabilizar o nome de Motta para a sucessão.

Alguns sinais da articulação por Motta foram dados em junho, durante o Fórum Jurídico de Lisboa, evento realizado na capital de Portugal pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido como “Gilmarpalooza”. Lira e os líderes do Centrão estavam por lá.

Além de fazer parte do que os deputados chamam de “confraria”, um grupo de lideranças do Centrão que orbita em torno de Lira, Motta também foi apontado como alguém que poderia unir os dois grandes blocos da Casa. Ele integra a aliança que reúne Republicanos, MDB, PSD e Podemos, mas é aliado próximo de Lira e tem trânsito com PP e União, as duas maiores legendas do “blocão”.

Relação com Haddad e governo Lula

Motta tem boa relação com Haddad e é considerado ainda uma figura próxima ao governo Lula na Paraíba. Em janeiro, ele recebeu elogios do chefe da equipe econômica, em público, durante uma cerimônia de divulgação do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto), cujo projeto de lei ele relatou na Câmara.

“Eu agradeço muito, Hugo, tudo que você tem feito no Parlamento. Você e o Cezinha (de Madureira, que presidiu a Comissão de Viação e Transporte durante a tramitação da proposta) são deputados comprometidos com o Brasil, que não se deixam levar por fake news, por notícias falsas, por intriga. Muito pelo contrário”, disse Haddad.

No mesmo evento, Motta foi exaltado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, adversário político de Lira. “Eu dizia para o Haddad, quando a gente saía do elevador para cá, que toda vez que o Hugo Motta for relator de uma matéria, a imprensa, a sociedade brasileira terão a certeza que aquela matéria será aprovada”, afirmou o emedebista.

Aliados de Motta dizem que ele é “correto”, “competente” e tem “palavra”, ou seja, cumpre o que promete, é atencioso com os deputados, não apenas com os líderes, mas também com o chamado “baixo clero”, parlamentares de pouca expressão política na Câmara.

Apesar de ser hoje próximo ao governo petista, Motta votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Na época, ele era do mesmo partido e aliado de Eduardo Cunha, algoz de Dilma.

Ele fazia parte de um grupo de deputados conhecidos como a “tropa de choque de Cunha”. Esse time incluía também Lira, Carlos Marun (MDB-MS), Wellington Roberto (PL-PB) e Cacá Leão (PP-BA).

Motta tem 34 anos e é médico. Foi filiado ao MDB até 2018, quando migrou para o Republicanos. Depois de atuar como deputado estadual na Paraíba, foi eleito deputado federal em 2010, aos 21 anos. Está, atualmente, no quarto mandato como deputado federal.

Foi relator, em 2021, da chamada “PEC emergencial”, que permitiu ao governo Bolsonaro pagar auxílios na pandemia de covid-19, e também da PEC dos Precatórios. Em 2015, presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou suspeitas de corrupção na Petrobras.”

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