Patos - PB 8 de fevereiro de 2025

Publicidade

Fiocruz diz que Bolsa Família reduz mortalidade entre pessoas com transtornos mentais

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na revista científica PLOS Medicine revelou que o Bolsa Família contribui para a redução da mortalidade entre pessoas internadas com transtornos mentais.

A pesquisa, conduzida por especialistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), na Bahia, acompanhou cerca de 70 mil pacientes diagnosticados com transtornos psiquiátricos entre 2008 e 2015.

Os resultados apontaram que beneficiários do programa apresentaram uma mortalidade 11% menor por causas naturais, como doenças cardiovasculares e respiratórias, em comparação aos não beneficiários. A mortalidade total foi reduzida em 7% no mesmo período.

O Bolsa Família, criado em 2003, é o maior programa de transferência de renda do Brasil e atende famílias com renda média mensal de até R$ 218 por integrante. Com valor mínimo de R$ 600, o benefício inclui adicionais conforme o número de gestantes, bebês, crianças e adolescentes. Além do apoio financeiro, os beneficiários devem cumprir compromissos relacionados à saúde e educação, como a frequência escolar das crianças e acompanhamento médico regular.

Segundo Camila Bonfim, coordenadora do estudo, essas condições ajudam a explicar os resultados positivos. “O programa promoveu um melhor acesso a serviços de atenção primária e exames de rotina, o que impacta diretamente na redução da mortalidade por causas naturais”, destacou.

O impacto do programa foi mais significativo entre mulheres e jovens de 10 a 24 anos. Nessa faixa etária, o Bolsa Família foi associado a uma redução de 44% na mortalidade por causas naturais e de 21% na mortalidade total. Entre mulheres, os índices foram 27% e 25%, respectivamente.

O estudo também estimou que, se o benefício tivesse sido concedido a todos os pacientes hospitalizados com transtornos mentais analisados, pelo menos 4% das mortes registradas poderiam ter sido evitadas. Os pesquisadores destacaram que pessoas com transtornos psiquiátricos têm menor expectativa de vida em relação à população geral, reforçando a importância de estratégias de prevenção intersetoriais. “Receber assistência financeira destinada ao alívio da pobreza pode potencialmente reduzir o risco de mortalidade em populações vulneráveis”, concluíram.

 

T5

Compartile:

Tags:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

[the_ad_group id="46"]