O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) assumiu ontem, sábado (1º), a presidência da Câmara dos Deputados, obtendo uma expressiva vitória com 444 votos. Em seu primeiro discurso como presidente, Motta ressaltou a importância da democracia, da estabilidade econômica e reforçou seu compromisso com a defesa das emendas impositivas e da autonomia do parlamento.

O novo presidente fez um apelo em sua fala: “Faço um apelo: vamos deixar o Brasil passar. Não se pode mais discutir o óbvio. Nada pior para os mais pobres do que a inflação e a instabilidade na economia”. Motta destacou que a estabilidade econômica é fundamental para garantir a estabilidade social. Durante o pronunciamento, ele também citou a célebre frase de Ulysses Guimarães, “Viva a democracia”, segurando a Constituição, em referência ao legado do ex-deputado que presidiu a Assembleia Constituinte de 1988.

Reiterando seu compromisso com o país, Hugo Motta afirmou: “Assumo a presidência da Câmara dos Deputados com três compromissos: servir ao Brasil, servir ao Brasil, servir ao Brasil”. O presidente da Câmara também se alinhou à defesa de um parlamento forte, ideia que compartilha com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). “Não existe ditadura com parlamento forte”, disse, ao criticar o uso do poder executivo para enfraquecer o Legislativo.

Motta também fez duras críticas ao presidencialismo de coalizão, que, segundo ele, é “um eufemismo de um sistema político que funciona de forma perversa”. O novo presidente destacou, ainda, a importância da adoção das emendas impositivas, implementadas em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff, como uma forma de garantir maior autonomia para o parlamento em relação ao Executivo.

Em sua fala, Motta sublinhou a relevância da harmonia entre os três poderes. “A independência é fundamental, mas os poderes também devem zelar pela harmonia. Sem ela, a democracia pode ser irremediavelmente fraturada”, declarou, reafirmando seu compromisso com a preservação da independência do Legislativo e com a boa convivência entre os poderes.

Ao final de seu discurso, Hugo Motta adaptou uma frase histórica da ditadura militar, transmitindo uma mensagem de otimismo: “Em harmonia com os demais poderes, encerro com uma mensagem de otimismo: ainda estamos aqui”, transmitindo confiança e esperança para os próximos desafios à frente da Câmara.