“Eu não morava com ela, eu tenho a minha casa. Mas todo dia eu ia lá. Eu sou a a a grande companheira da minha mãe, porque a minha irmã mora na Europa desde os 16 anos e o meu irmão, que é o mais velho, não ajuda em nada, não ajuda em nada, ele se recusa a ajudar. A minha mãe é bloqueada do telefone dele”, diz.

Assim que virou para abril, a coisa saiu do controle. Maria Thereza afirma ter feito um acordo com um hotel para a mãe ficar hospedada até o dia 2 no local, que é quando Gladys recebe a aposentadoria.

“E depois do dia 2, ela ficou ainda mais um tempo em outro hotel no Catete, e lá pelo dia 3, 4, não me lembro exatamente, ela falou: ‘Eu quero ir para Santa Rita de Jacutinga’. E na verdade, ela ia para Santa Isabel, que é uma cidade vizinha”, afirma.

O plano era simples: ficar hospedada numa pousada na cidadezinha do interior mineiro por mais um mês, por apenas R$450. Porém, ao chegar lá, não gostou da pousada. E bateu o pé para ir para Santa Rita de Jacutinga, onde ela já morou e onde mora o filho, Glayson.

“É uma cidade que ela não conhece ninguém, gosta de ser uma uma cidade perto, ela ficou insegura lá. Foi para Santa Rita contra a minha vontade, a vontade da minha irmã, a vontade de todos nós, por quê? Porque Santa Rita ela teria que ficar pagando diária de hotel. E ela não teria esse dinheiro”, relata Maria Thereza.

Apesar do depósito da aposentadoria no dia 2, a fonte secou rapidamente. Segundo a filha, é porque Mari Gladys gosta de gastar dinheiro: cerveja, comida cara, transporte. Por isso, chegou a ficar na situação crítica, obrigando Thereza a abrir uma vaquinha na internet.

“Minha mãe tem problema. Olha, ela não tá a gagá, nada disso, mas tá com 85 anos, né? Então, só faz o que quer, não ouve, parece que virou criança de novo. Claro, esquece das coisas, fala coisa, esquece. Quando acabou o dinheiro dela, ela ficou dura, eu fiz essa vaquinha para ela”, finaliza a filha.